Falar, debater e estudar LETRAMENTO tornou-se, casualmente, algo constante nos últimos meses para mim. Tudo começou ainda em 2012 quando no grupo de pesquisa que orientei no Maristão faz Ciência tive o prazer de conhecer a literatura de Magda Soares e sua fantásticas contribuições sobre o tema. Em setembro, ingressando como aluno especial do doutorado, optei por cursar a disciplina Letramento científico e tecnológico, na Faculdade de Educação. O acesso a outros autores valeu a pena. Agora no início do ano, através do curso de Letramento Digital orientado pela Carla Arena, volto a me confrontar com o tema.
Existem inúmeras e interessantes referências sobre o tema. Poderíamos analisar Letramento com base nessas referências, mas aqui vou me abster das citações e tentar sintetizar aquilo que consegui significar a respeito.
Na aplicação do conceito de letramento à dimensão tecnológica cabem algumas observações. Não é uma tarefa demasiadamente complicada capacitar os sujeitos para a utilização dos recursos tecnológicos digitais em suas demandas cotidianas. Um pouco de treinamento possibilita. Porém, em uma sociedade de inovação constante, o grande desafio se apresenta em capacitar reflexivamente esse sujeito em relação à tecnologia. Não creio que o humano seja capaz de medir e avaliar os impactos tecnológicos na mesma proporção em que os avanços se procedem. Temos aí uma questão desafiadora. Talvez tenhamos que aceitar o pragmatismo do letramento tecnológico para poder dar respostas às exigências que temos profissionalmente, diferentemente do letramento aplicado à outras esferas que dão um pouco de mais tempo para análises de ordem cultural e subjetiva.
É assim que me sinto em relação à tecnologia. Do ponto de vista técnico, pragmático, objetivo, julgo ser capaz de conectar as tecnologias às esferas do meu cotidiano. Uso a tecnologia para mediar minhas relações interpessoais, para me aproximar da cultura, empreender processos em minha profissão e facilitar atividades de rotina como o próprio consumo. No entanto, em certos momentos careço de uma melhor autopercepção acerca do meu "jeito de ser tecnológico". Até mesmo pela minha responsabilidade de educação sociológica em relação aos estudantes, julgo que preciso construir fundamentações mais consistentes sobre os impactos da tecnologia no humano.
Por enquanto, me sinto satisfeito em notar que a tecnologia digital tem me favorecido no próprio ensino de Sociologia, atraindo os estudantes para esta velha, ativa e dinâmica ciência social. Só falta um pouco mais de metaletramento.
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